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Termo Definição
PESSACH - PÁSCOA
Glossários: Primeiro Testamento

PESSACH – PÁSCOA
Uma das três festas de “Peregrinação” (juntamente com Shavuot e Sukkot), quando na época as peregrinações ao Templo eram um mandamento para os judeus (Ex 23,14).

Pessach – Páscoa é celebrada durante oito dias (sete em Israel e segundo os Judeus reformistas) a partir do dia 15 do mês de Nisan. Como as outras duas festas de peregrinação, essa de Pessach se fundamenta por vezes em razões históricas e agrárias. Historicamente, ela comemora o Êxodo dos filhos de Israel, o fim da escravidão no Egito. Seu significado agrário se fundamenta com a celebração da primavera, no início da colheita da cevada.

Os diferentes nomes da festa indicam a pluralidade de seus aspectos:
Hag ha-matsot, a “festa dos ázimos” (Ex 12,15). Esse nome remonta à prescrição de comer pão sem ázimo (matsah) e a proibição de consumir fermento (chametz) ou todo alimento à base de massa fermentada, devido à comemoração precipitada do Êxodo dos Israelitas para fora do Egito, que não tiveram tempo senão para prepararem pães sem fermento.

Hag ha-Pessach, “a festa da Páscoa”. Esse nome se refere à narrativa bíblica da “passagem” do Anjo da morte, “acima” das casas dos filhos de Israel, que provocou a morte de todos os primogênitos dos Egípcios (Ex 12,27). O termo designa igualmente o sacrifício pascal (korban Pessach). Segundo a narrativa bíblica, cada família recebeu a ordem de estar pronta e preparar um cordeiro, alguns dias antes do Êxodo. Na vigília da partida do Egito, o animal foi abatido e um pouco do seu sangue foi espalhado nas ombreiras e batentes das portas para que tivesse esse sinal. O Anjo da morte a caminho para matar os primogênitos egípcios, “passou por cima” dessas casas. O cordeiro devia ser assado e comido às pressas naquela noite mesmo, acompanhado de matsah e de ervas amargas (maror).

Depois, no deserto (Nm 9,1-5) e durante toda a época do Templo, o ritual do korban Pessach, ou “cordeiro pascal”, foi celebrado como uma refeição de festa sacrificial, na Vigília da Páscoa. No Talmud (Pes 64 s) existe uma descrição detalhada das leis e costumes referentes ao sacrifício pascal que existiam na época do Segundo Templo.

Zeman heroutenou, “o tempo da nossa liberdade”. Essa expressão figura de modo particular na liturgia da festa pois em Pessach se celebra a libertação dos filhos de Israel da servidão do Egito e lhes constituiu num povo livre.

Hag ha-aviv, “a festa da Primavera”. Nome que faz referência ao aspecto agrário da festa de Pessach, que marca o início da colheita da cevada.

Quanto à liturgia da Festa de Pessach se encontram imperativos como o Hallel e o ofício suplementar. As leituras do Pentateuco são: Ex 12 (a história do êxodo do Egito); Ex 13 – 15 (a narrativa da passagem pelo Mar Vermelho).Também como acontece nas outras festas de peregrinação, onde se lê um dos Cinco Rolos; para a festa de Pessach lê-se o livro do Cântico dos Cânticos, essencialmente porque nele se encontra uma descrição da primavera, estação intimamente associada à comemoração de Pessach.


Fontes consultadas:
Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 783-785.