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Termo Definição
Juízes - Livro dos
Glossários: Primeiro Testamento

O segundo dos livros proféticos cujo título se refere aos juízes que regeram a Israel durante o período que vai da morte de Josué até o surgimento do profeta Samuel. A função principal dos juízes era a de assegurar a organização e execução militar da nação (ao menos a de um grupo de tribos), em tempos de guerra. É somente por causa de Debora, que se faz a uma alusão da função propriamente judiciária dos juízes. O título de juiz não é hereditário (com exceção no caso de Abimelec) e a função não estava restrita a tribo alguma como se fosse um monopólio.
O livro dos Juízes começa por um inventário das conquistas territoriais humanas em Canaã. Encontra-se lá um paralelo com os onze primeiros capítulos do livro de Josué. Muitos especialistas contemporâneos consideram que a versão ligeiramente alterada da realidade oferecida pelo livro dos Juízes é mais autêntica do que aquela apresentada pelo livro de Josué. Segundo os Juízes, a conquista se efetua por uma série de batalhas sem relação umas com as outras. Essas ações militares não chegam a ultrapassar a área da tribo e elas se restringem ao território que lhes está relacionado. No livro de Josué ao contrário, a conquista está apresentada como uma ação conjunta e bem centralizada. São apresentadas narrativas sucessivas segundo os seus juízes. Sempre um mesmo esquema se reproduz: Israel peca, Deus envia então inimigos para afligir Israel, os filhos de Israel rezam a Deus que encarrega um juiz para salvá-los e para lhes restabelecer a paz na região, em seguida os filhos de Israel retornam aos seus erros e o mesmo esquema se repete de novo. Podemos distinguir dois tipos de juízes: os grandes juízes carismáticos que salvam o povo (ou algumas tribos) da mão dos inimigos e os juízes menores que parecem não ter realizado alguma ação notável.
O livro dos Juízes nos narra sobre um período da história de Israel que dela não se conhece outra fonte. Para a literatura rabínica foi o profeta Samuel que seria o autor desse livro. Quanto aos outros especialistas modernos eles sustentam que essas narrativas só foram recolhidas no tempo da monarquia e que eles foram redigidas progressivamente durante esse período. Parece que tenha chegado à sua forma definitiva após a destruição de Jerusalém, em 586 a.C.

O Livro dos Juízes

1,1 – 2,5: Fim da conquista de Canaã.
2,6 – 3,6: Começo da época dos Juízes.
3,7 – 3,11: Otoniel.
3,12 – 3,30: Aod.
3,31: Samgar.
4,1 – 5,31: Débora e o Cântico de Débora.
6,1 – 8,35: Gedeão.
9,1 – 9,57: Abimeleque.
10,1 – 10,5: Tola e Jair.
10,6 – 10,11: Prefácio sobre os Juízes tardios.
11,1 – 12,7: Jefté.
12,8 – 12,15: Abesã, Elon e Abdon.
13,1 – 16,31: Sansão.
17,1 – 18,31: Episódio do ídolo de Micas e estabelecimento da tribo de Dã no Norte.
19,1 – 21,25: Episódio da concubina de Gabaá e a guerra contra Benjamin.


Fontes consultadas: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 548.