82 – A Oração na Bíblia
Na Antiguidade, o culto era essencialmente um culto através dos sacrifícios. Isso não quer dizer que os Hebreus não conheciam a oração, por isso é preciso entender o significado da palavra oração. No começo do livro de Gênesis, encontramos Caim e seu irmão mais novo Abel, oferecendo cada um deles o produto do seu trabalho ao Eterno Deus (Gn 4,4). Temos aqui a relação com o divino através do modo do reconhecimento. Após o Dilúvio, Noé oferece alguns animais em sacrifício para agradecer a Deus por sua proteção ( Gn 8,20). Mais tarde, também Abraão chegando em Siquém construiu um altar para o "Eterno Deus que lhe tinha aparecido" e que lhe tinha feito a promessa da terra (Gn 12,7). Sempre o sentido do reconhecimento está presente.
Foi o Patriarca Jacó que inaugurou a "oração – pedido": pediu a proteção divina, pediu o pão diário, e pediu a roupa, após o sonho da escada (Cf. Gn 28,20) e pediu a sobrevivência antes de seu encontro com seu irmão Esaú (Gn 32,9-13). Depois, Moisés por sua vez pedirá a cura da sua irmã Miriam (Livro de Números 12, 13), o que lhe foi concedido[1].
[1] Cf. Haddad, Philippe. Pour expliquer le judaïsme a mes amis. Paris: Éditions In Press, 2013. p. 145.
