Dialogo e Fraternidade para superar os conflitos

Papa Francisco que denunciou a “indiferença” da comunidade internacional” perante “conflitos intermináveis” que decorrem em vários países.
“Não podemos esquecer o conflito no Iémen, uma tragédia humana que se desenrola há anos em silêncio, longe dos holofotes dos meios de comunicação e no meio duma certa indiferença da comunidade internacional, continuando a provocar numerosas vítimas civis, especialmente mulheres e crianças”, exemplificou.
O encontro anual decorreu na Sala das Bênçãos do Palácio Apostólico, onde Francisco apontou ao “diálogo e fraternidade” como “focos essenciais” para superar as crises da atualidade e encontrar “soluções para conflitos intermináveis, que por vezes assumem a fisionomia de verdadeiras e próprias guerras por procuração (proxy wars)”.
O Papa pediu “diálogo e fraternidade” para ultrapassar os conflitos.
Francisco afirmou ainda aos embaixadores, a necessidade de um esforço global no combate à pandemia de Covid-19, reforçando a necessidade de vacinação e de ajuda aos países mais carenciados e reconheceu que 2022 vai ser “desafiador”, neste campo, exigindo ainda “um esforço considerável” no combate à pandemia.
“É importante que se possa continuar o esforço por imunizar, no máximo possível, a população. Isto requer um múltiplo empenho a nível pessoal, político e da comunidade internacional”, sublinhou.
O Papa alertou também para a “desumanização dos migrantes”, evocando a sua recente viagem a Lesbos, onde se encontrou com refugiados.
“Diante destes rostos, não podemos permanecer indiferentes, nem se pode entrincheirar atrás de muros e arame farpado a pretexto de defender a segurança ou um estilo de vida”, advertiu, recordando a sua passagem pelo campo de refugiados da ilha grega, no último dia 5 de dezembro.
“Pude constatar a generosidade de quantos prestam a sua ação para oferecer acolhimento e ajuda aos migrantes, mas sobretudo vi os rostos de tantas crianças e adultos hóspedes dos centros de acolhimento”, referiu Francisco.
O Papa lamentou ainda a “crise de confiança” na diplomacia, pedindo uma aposta da comunidade internacional no multilateralismo.
“A diplomacia multilateral é chamada a ser verdadeiramente inclusiva, não eliminando, mas valorizando as diversidades e as sensibilidades históricas que caracterizam os vários povos. Recuperará, assim, credibilidade e eficácia para enfrentar os próximos desafios, que exigem que a humanidade se reúna como uma grande família”.
Fonte: Agência ECCLESIA

Confira o discurso do Papa na íntegra em : Discurso do Papa Francisco ao corpo diplomático - Vatican News