56 – Manuscritos e edições da Bíbliao
O Talmud se apoiou sobre algumas passagens da Lei escrita, o que obriga a cada judeu de escrever para seu uso pessoal uma cópia do rolo do Pentateuco[1]. Convencidos profundamente do respeito pela sua memória religiosa, os homens mais piedosos se sentiam no dever de recopiar o livro de Moisés de forma muito atenta, escrupulosa e cheia de temor a Deus. Entre essas cópias citamos aquelas de rabbi Gershon Ben Yehouda (1030), de seu contemporâneo Yossef Ben Samuel Bonfils de Limoges (1050) e sobretudo aquela de Maimônides cujo sefer Torah foi considerado como o protótipo, o exemplar oficial para as gerações futuras.
Não sabemos quando exatamente nasceu o ofício de sofer "escriba", mas acreditamos que foi na época tanaítica onde encontramos o rabbi Meir exercendo essa função[2]. Sabemos também que no século VII, os escribas podiam oferecer seja às comunidades seja a pessoas particulares, rolos do Pentateuco assim como também mezouzot (singular mezouza) e tefilins[3] os quais desejassem para o serviço religioso, Com a invenção e o desenvolvimento da imprensa a partir do século XV, essa função vai diminuir consideravelmente.
[1]Tratado – Grande Tribunal – Sanhedrin 21b, cf. Dt 31,19 e 27,18. Se não puder escrever ele mesmo, o fiel pode pagar um escriba profissional para cumprir essa mitsvá.
[2] Tratado – Misturas – Erouvin 13b.
[3]Trataremos desses objetos mais adiante.
