A liberdade religiosa é um pilar fundamental para a dignidade humana, garantindo a cada pessoa o direito de viver e expressar suas crenças de forma plena. No Judaísmo, a liberdade de seguir a tradição e os mandamentos (mitzvot) sem interferências externas é uma expressão de identidade e espiritualidade que se conecta profundamente com a ideia de dignidade humana.
Para o povo judeu, a dignidade humana é vista como algo sagrado. Cada pessoa é criada "à imagem de Deus" (Betzelem Elohim), uma ideia central que reforça a importância do respeito e da valorização de cada ser humano, independentemente de religião, origem ou identidade. A Torá, texto sagrado do Judaísmo, ensina que os seres humanos têm o dever de tratar os outros com respeito e compaixão, um conceito que fundamenta a defesa da liberdade religiosa para todos, não apenas para os judeus.
A história judaica está repleta de momentos em que a liberdade religiosa foi ameaçada, reforçando ainda mais a importância desse valor. Desde os tempos bíblicos até a era moderna, o povo judeu lutou pelo direito de praticar sua fé e manter suas tradições, muitas vezes sob condições extremas. Esses desafios moldaram a percepção judaica sobre a liberdade, promovendo uma visão de responsabilidade coletiva para garantir que todos os povos tenham o direito de buscar seu próprio caminho espiritual. Assim, a liberdade religiosa no Judaísmo não é apenas um direito individual, mas um princípio que fortalece a dignidade humana de toda sociedade.
É uma expressão do compromisso com a justiça, a igualdade e o respeito à diversidade de crenças, valores fundamentais para um mundo mais pacífico e harmonioso. Para o povo judeu, essa luta pela liberdade não é apenas sobre o direito de ser quem são, mas sobre a defesa de um mundo em que todos possam viver de acordo com suas convicções e crenças.
( Sr. Nilson G. David Miszkat)