94 – O Resgate do Primogênito

O resgate do Primogenito

O "resgate do primogênito" ou "resgate do filho" (pidyone haben) marca uma nova etapa nos ritos de passagem. Como a circuncisão ou o nome, o preceito (mitsva) é responsabilidade do pai. Qual é origem dessa prática? Para a sociedade hebraica patriarcal, o recém-nascido desenvolve o papel de responsável. Ele se torna aquele que reúne a família após o desaparecimento do pai. Ele recebe uma dupla parte na herança.

Antes da saída do Egito, Deus ensinou a Moisés: "Consagra-me todo primogênito: todo o primeiro parto entre os israelitas, tanto de homens, como de animais, será meu" (Ex 13,2). Deus ainda concedeu uma proteção particular a eles, por causa da última praga no Egito, a morte dos primogênitos. Nenhum dos irmãos mais velhos, como Caim, estava à altura da exigência moral e religiosa que pesava sobre eles. O pecado do bezerro de ouro ocasionou, portanto, a transferência das responsabilidades sacerdotais, inicialmente desempenhadas pelos primogênitos[1], por causa da semelhança de função, para os levitas. E depois para os descendentes de Aarão, os sacerdotes, "Cohen", que permaneceram fiéis ao monoteísmo.

Essa substituição, no entanto, em nada mudou o fato do primogênito estar ligado por seu nascimento, à sua vocação de origem. Pelo "resgate do filho" o filho mais velho era confirmado na sua missão de responsável da família, enquanto se integra na comunidade de Israel.


 [1] Cf. Deuteronômio 33 ou Malaquias 2,7.