139 – A Mulher

Como a família judia funcionou segundo o modelo bíblico da repartição das tarefas (justa dentro do seu tempo, mas discutida nos dias de hoje), a saber: a mulher para o trabalho do parto e da educação, o marido para o trabalho dos campos, a tradição passada de mãe para filha e o saber de pai para filho, sem maiores problemas. A partir do século XX a comunidade judaica foi interpelada como a sociedade, pelas reivindicações feministas e algumas (e alguns também) queriam mesmo ver as coisas mudarem. Se a questão no fundo era de poder, ele começa pelo conhecimento e continua pela ação.

Quando falamos em conhecimento, falamos em acesso livre a todos os livros: Bíblia, Talmud, Kabala, Midrash sem restrição alguma. Não se pode aceitar que uma mulher pode estudar os Profetas, mas não uma página do Talmud. Isso não é livre acesso ao estudo. Objetivamente, a situação social e as mentalidades mudaram. Nem todas são obrigadas a estudar o Talmud, mas deve se permitir para as que queiram continuar esses estudos, de instruí-las como os homens. Quando as famílias judias vivem juntas, umas influenciam as outras e somente conhecimentos sólidos podem compensar a perda, e terem os mesmos direitos, homem e mulher.