31 – Babel

Babel

Distante da influência Greco-romana, bem aceita pelo poder local, a comunidade da Babilônia soube se apoiar de instituições sólidas e de um modo de vida específico. Sobre a sua origem temos pouco elementos, apenas que se formou após a destruição do Primeiro Templo, e que já estava firmemente implantada quando os Judaítas da Palestina chegaram em massa após o ano 70.

Diante da autoridade real, Samuel, um famoso mestre do Talmud, encontrou um modus vivendi que se tornará famoso: "A lei do país é a lei", fórmula essa que será retomada alguns séculos depois, pelos rabinos reunidos com Napoleão I, em 1807, fórmula que significava que em matéria civil, o judeu devia se submeter às regras do pais que o acolhe; quanto à vida religiosa, essa se mantém dentro do espaço reservado da família e da sinagoga.

Em uma atmosfera de total segurança, os judeus desenvolveram uma vida intelectual muito intensa. Nas grandes cidades de Soura, Poumbedita, Nehardea, as Academias viram dias de discussões da Bíblia e, sobretudo da Mishná que procuravam sempre mais ser profundas e coerentes, oferecendo uma enorme quantidade de escritos que seriam depois compilados em torno do Século V, que formou o Talmud, "aquilo que é estudado", que se tornou a base constitucional do judaísmo.

A partir do século VII, a Babilônia passou sob a tutela do islamismo. Por razões econômicas, essa comunidade se dirige à Europa, a fim de se unirem com outros judeus que ali já estavam instalados e onde as condições de vida eram bem melhores.[1]


[1] Cf. Haddad, Philippe. Pour expliquer le judaïsme a mes amis. Paris: Editions in Press, 2013. p. 67.