Termo | Definição | |
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Zacarias |
Glossários: Primeiro Testamento
Em Hebraico – Zekharyah = “Deus lembrou” Décimo primeiro livro dos Profetas Menores da seção profética da Bíblia. Ele pronuncia sua primeira profecia durante o segundo ano do reinado de Dario I, o Grande, em 520 a.C. Zacarias era contemporâneo do governador Zorobabel, de Josué, o Sumo Sacerdote e de Ageu, o Profeta. Ele profetiza durante dois anos e exorta, ao mesmo tempo que Ageu, ao povo de Jerusalém a retomar os trabalhos de reconstrução do Templo. O livro de Zacarias corresponde com o de Ageu e de Malaquias ao grupo das profecias pronunciadas após o exílio na Babilônia. O livro é constituído de duas partes: os oito primeiros capítulos são atribuídos ao profeta e oferecem datas das suas profecias. Os seis últimos capítulos, fortemente escatológicos, são escritos num estilo obscuro e fazem alusão a um contexto confuso. O autor e a data de composição desta parte são desconhecidos. Embora o livro seja atribuído a um único Profeta, os pesquisadores modernos sugerem que o autor desses capítulos não pode ser o Profeta e que seus oráculos nos remetem a um período posterior. Composto de 211 versículos, o Livro de Zacarias é o mais extenso livro dos Profetas Menores. Quando a restauração que se seguiu ao exílio da Babilônia, o Povo de Jerusalém era uma comunidade pobre e desencorajada (Zc 8,10). Unindo a sua voz àquela de Ageu, Zacarias apoiava que a reconstrução do Templo constituía o prelúdio necessário ao acontecimento do Reino do Messias. Graças aos esforços reunidos de dois Profetas, o Templo foi restaurado em 515 a.C. (Esd 6,15). Os seis primeiros capítulos relatam oito visões que supostamente ele teve numa noite. Dessas visões ele afirma com segurança que, apesar de tudo, os tempos messiânicos estão próximos. Os últimos capítulos do livro descrevem os diversos aspectos dos tempos messiânicos. As duas seções do livro influenciaram fortemente a literatura apocalíptica.
Fonte consultada: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme. Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 1099. |
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Tu bi-Shvat |
Glossários: Primeiro Testamento
Novo Ano das Árvores – em Hebraico : Tu bi-Shvat ou 15 ShvatAno Novo das árvores - Roch Ha shana la-ilanot Dia das árvores, festa menor do calendário judaico. Essa festa não está mencionada na Bíblia e esta é mencionada pela primeira vez por volta do fim do período do Segundo Templo. Esse dia particular apareceu como uma data limite para fixar o dízimo prescrito sobre os produtos das árvores frutíferas. O fruto maduro antes do Novo Ano das árvores deveria ser incluído no cálculo do ano precedente, quando tudo aquilo que foi produzido após essa data devia ser taxado no ano seguinte. Na Mishná (Roch Hashana 1,1) existe a narrativa sobre uma discussão entre as escolas de Hillel e de Schammai no que diz respeito à data dessa festas. As duas escolas concordam sobre a data ser no mês de Schvat que marca o final do inverno pelos primeiros sinais do despertar da naturezam mas a escola de Schammai determina que o primeiro dia de Schvat seria o dia da festa e os discípulos de Hillel preferia celebrar no 15° dia de Schvat. Esse desacordo de certo modo expressa a diferença de estatuto econômico entre essas duas escolas: os de Hillel eram mais pobres, a terra deles demorava mais em despertar do inverno. De toda forma, ao confirmar o 15° dia do mês de Schvat como data do Novo Ano das árvores, os rabinos relacionaram essa festa menor com as outras duas festas agrícolas - Pessach e Soukkot - que também eram celebradas igualmente na metade do mês. Após a destruição do Segundo Templo, as leis do dízimo não eram mais válidas pois elas não se aplicavam fora da Terra Santa. Contudo, essa festa menor foi mantida, mas se revestiu com um sentido um pouco diferente. Por toda parte onde os judeus viveram, essa festa os ajudou a preservar a sua conexão com a Terra de Israel. Quando se encontravam cercados pela neve, no exílio a Festa de Tu bSchvat lhes lembrava o clima mais clemente da sua antiga pátria. Essa festa foi mantida no calendário como um dia onde era probido jejuar, e onde se omitia as preces de penitência de Tahanoun porque não convinham a essa ocasião. No século XV, os místicos de Safed introduziram cerimônias e ritos novos marcando o Novo Ano das Árvores. Sob a influência de R. Isaac Louria, formou-se o hábito de reunir-se e onde se comimam os frutos prescritos. Durante a cerimônia, bebia-se quatro taças de vinho, como no Seder de Páscoa. Essa liturgia se tornou popular nas comunidades sefaradis na Europa e nos países islâmicos; em 1753, leituras apropriadas foram publicadas numa coleção intitulada Peri ets hadar (“O fruto da bela árvore”). Entre os diferentes frutos consumidos tradicionalmente em Tu bi-Schvat, o lugar de honra foi dado ao fruto da alfarrobeira que existia em grande quantidade na antiga Terra de Israel. A amendoeira ocupa um lugar especial nesta festa, pois ela é a primeira a florir em Israel após o inverno, e na metade do mês de Schvat ela está em plena floração, inaugurando assim a primavera. Em Israel hoje, plantam-se milhares de árvores em Tu biSchvat; um grande número de alunos participa dessa atividade. |
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Sofonias |
Glossários: Primeiro Testamento
Em Hebraico – Tsefanyah = “Deus escondeu” Profeta da Judeia cuja atividade remonta à época da invasão dos Citas (630 – 625 a.C.). Nono livro dos Profetas Menores. Sua genealogia, tal como ela é oferecida pela Bíblia, indica que ele descendia do rei Ezequias (Sf 1,1); ele profetiza, portanto, durante o reinado do rei Josias, do qual devia ser um parente distante. Suas invectivas contra a nobreza devem ser compreendidas por causa do íntimo conhecimento que Sofonias tinha do modo de vida que a nobreza levava. Segundo a tradição Judaica, Sofonias era contemporâneo do Profeta Jeremias e da Profetiza Hulda, enquanto essa os descreve, Jeremias pregando nos mercados, Sofonias nas sinagogas e Hulda diante das mulheres. O livro de Sofonias contém três capítulos, em cinquenta e três versículos. Compreende os três oráculos pronunciados por Sofonias no início do reinado do rei Josias (640-608 a.C.). O primeiro oráculo fustiga o povo de Judá que se entrega à idolatria e à prática dos ritos estrangeiros (1,8). Eles são punidos por uma catástrofe, o que significa, segundo outros profetas, o Dia do SENHOR. Sua descrição particularmente viva desse dia lhe fará conhecido como o “profeta do Dia do SENHOR”. O segundo oráculo é um apelo ao arrependimento, seguramente dirigido a Judá. O último oráculo de Sofonias denuncia os dirigentes religiosos e políticos de Judá. Deus promete de enviar contra eles um exército dos quatro cantos do mundo, composto por Seus fiéis. O resto de Judá que sobreviver será composto dos exilados reunidos cujas qualidades serão a justiça e a humildade. Eles serão o orgulho da humanidade. Apesar das tentativas científicas de fragmentar o livro de Sofonias, este parece ter uma forte unidade, tanto quanto à retórica descrita nos acontecimentos, que testemunha em favor da integridade da obra seja pela inexistência de condições para apoiar a hipótese de uma redação pós-exílio.
Fonte consultada: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme. Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 962-963. |
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PESSACH - PÁSCOA |
Glossários: Primeiro Testamento
PESSACH – PÁSCOA Pessach – Páscoa é celebrada durante oito dias (sete em Israel e segundo os Judeus reformistas) a partir do dia 15 do mês de Nisan. Como as outras duas festas de peregrinação, essa de Pessach se fundamenta por vezes em razões históricas e agrárias. Historicamente, ela comemora o Êxodo dos filhos de Israel, o fim da escravidão no Egito. Seu significado agrário se fundamenta com a celebração da primavera, no início da colheita da cevada. Os diferentes nomes da festa indicam a pluralidade de seus aspectos: Hag ha-Pessach, “a festa da Páscoa”. Esse nome se refere à narrativa bíblica da “passagem” do Anjo da morte, “acima” das casas dos filhos de Israel, que provocou a morte de todos os primogênitos dos Egípcios (Ex 12,27). O termo designa igualmente o sacrifício pascal (korban Pessach). Segundo a narrativa bíblica, cada família recebeu a ordem de estar pronta e preparar um cordeiro, alguns dias antes do Êxodo. Na vigília da partida do Egito, o animal foi abatido e um pouco do seu sangue foi espalhado nas ombreiras e batentes das portas para que tivesse esse sinal. O Anjo da morte a caminho para matar os primogênitos egípcios, “passou por cima” dessas casas. O cordeiro devia ser assado e comido às pressas naquela noite mesmo, acompanhado de matsah e de ervas amargas (maror). Depois, no deserto (Nm 9,1-5) e durante toda a época do Templo, o ritual do korban Pessach, ou “cordeiro pascal”, foi celebrado como uma refeição de festa sacrificial, na Vigília da Páscoa. No Talmud (Pes 64 s) existe uma descrição detalhada das leis e costumes referentes ao sacrifício pascal que existiam na época do Segundo Templo. Zeman heroutenou, “o tempo da nossa liberdade”. Essa expressão figura de modo particular na liturgia da festa pois em Pessach se celebra a libertação dos filhos de Israel da servidão do Egito e lhes constituiu num povo livre. Hag ha-aviv, “a festa da Primavera”. Nome que faz referência ao aspecto agrário da festa de Pessach, que marca o início da colheita da cevada. Quanto à liturgia da Festa de Pessach se encontram imperativos como o Hallel e o ofício suplementar. As leituras do Pentateuco são: Ex 12 (a história do êxodo do Egito); Ex 13 – 15 (a narrativa da passagem pelo Mar Vermelho).Também como acontece nas outras festas de peregrinação, onde se lê um dos Cinco Rolos; para a festa de Pessach lê-se o livro do Cântico dos Cânticos, essencialmente porque nele se encontra uma descrição da primavera, estação intimamente associada à comemoração de Pessach. Fontes consultadas: |
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Oseias |
Glossários: Primeiro Testamento
Em hebraico: Hochea Primeiro livro dos Doze Profetas menores, que foram a seção dos Profetas menores da Bíblia. A importância do livro se dá ao fato de que sendo um livro saído do Reino de Israel ele tenha sido redigido somente após sua queda quando aconteceu a queda do Reino de Judá. Esse livro pode portanto ser considerado como um documento que tem valor de fonte por causa da história religiosa e a literatura do último reino. Segundo o livro de Oseias, este conheceu as revelações sob os reinos de Ozias (769-734), de Yotão, de Acaz (733-727) e de Ezequias (727-6989 a.C.) e de Menahem (746-737 a.C.), reis de Israel. A única informação sobre sua vida pessoal é oferecida no início do livro, quando ele recebe a ordem – numa visão – de desposar uma mulher prostituída, simbolizando assim a infidelidade de Israel com relação a Deus. Ele se casa, portanto com Gomer, que lhe deu três filhos. Não se sabe com exatidão se esses detalhes têm importância histórica ou simbólica. O livro de Oseias é um dos mais longos entre os Profetas Menores: se compõe de 14 capítulos. Os três primeiros mostram a atração de Israel por Baal, o deus dos Fenícios, com a imagem de uma mulher adúltera com seus amantes. Para punir tais faltas, a terra deve cessar de ser fértil e deve-se suspender todas as festividades. Esse anúncio se acompanha, algumas vezes, de uma profecia da consolação. A passagem de Os 4,14 contém oráculos dirigidos ao Reino do Norte sob o reinado do Rei Menahem (746-737 a.C.). O profeta considera as alianças de Israel com as potências estrangeiras como um sinal de infidelidade para com Deus e reprova a Israel de “não conhecer o Eterno Deus”. Ele ressalta que, mesmo que alguém tenha se tornado culpado de uma ação imoral, ele não atenua no entanto a sua falta cumprindo atos religiosos. Pelo contrário, a imoralidade feita a partir deste tipo de religiosidade é uma verdadeira abominação. Oseias é o primeiro profeta a especificar que o culto a Deus feito em múltiplos altares é um pecado grave (Os 4,13; 8,11). Ele profetizou no reino de Israel, mas uma parte de sua profecia diz respeito igualmente ao reino de Judá. Segundo as fontes rabínicas Oseias, Isaias, Amós e Miqueias profetizaram na mesma época, e Oseias seria o mais eminente dos quatro. O Livro de Oseias Portanto, a profecia de Oseias está profundamente ancorada na tradição religiosa da região da Samaria, introduzindo novos temas, que se tornarão clássicos. Ele insiste particularmente sobre o amor de Deus pelo seu povo, destacando uma religião da afetividade e compare a Aliança com o matrimônio. Esses elementos são o sinal de uma revitalização legislativa que acompanha as evoluções políticas e sociais em paralelo à elaboração histórica e religiosa e que se apoiando sobre a Lei, se afasta das primeiras compilações de fonte “Elohista”. Fontes consultadas: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 753-754. |
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Noé |
Glossários: Primeiro Testamento
Em Hebraico – Noah Personagem da história do dilúvio. Noé, que viveu até à idade de novecentos e cinquenta anos, teve três filhos: Sem, Ham e Yafet. Numa época onde o resto do mundo havia se corrompido (Gn 6,12), Noé era a única pessoa que “caminhava com Deus” (Gn 6,9). A ele foi ordenado de construir uma arca e de nela fazer entrar sete casais de casa espécie dos animais puros e um de todas as outras espécies das criaturas vivas. No ano 700 de vida de Noé, Deus suscitou um dilúvio que durou quarenta dias e quarenta noites. Todos os seres vivos foram destruídos exceto aqueles que se encontravam na arca. As águas mantiveram seu mesmo nível durante cento e cinquenta dias e somente a partir desse dia começaram a baixar. Quarenta dias mais tarde, Noé lançou um corvo e depois uma pomba. A pomba enviada pela segunda vez retorna com uma folha de oliveira em seu bico, sinal que o topo das árvores estavam novamente acima do nível da água. Quando Noé conseguiu enfim deixar a arca, ele construiu um altar e ofereceu a Deus animais puros. Deus oferece a Noé o arco-íris como sinal de aliança sob os termos de que nunca mais um dilúvio destruiria a terra toda inteira. Deus ofereceu igualmente a Noé uma série de mandamentos (as leis noéticas) consideradas pela tradição judaica como as leis universais que deveriam reger a humanidade. Mais tarde, tendo plantado uma vinha, Noé bebeu do vinho e se embriagou. Seu filho Ham “descobriu sua nudez”. Quando ele recobrou sua sobriedade, Noé amaldiçoou Ham e seu filho Canaã. Na Genealogia bíblica dos Patriarcas indicada em Gn 5 e 11, Noé ocupa um lugar mediano entre Adão e Abraão; ele é o décimo dos patriarcas antes do dilúvio. Novamente o nome de Noé aparece em Ezequiel 14,14-20 que se refere a ele como um dos três justos da Antiguidade assim como Isaías (54,9) descreve o dilúvio como “as águas de Noé”. Fonte consultada: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme. Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 735-736. |
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Naum |
Glossários: Primeiro Testamento
Em hebraico: Nahum Sétimo livro dos Profetas menores da seção profética da Bíblia. A única informação sobre Naum é que ele era elqoshita, mas Elqoch não é mencionado em lugar algum na Bíblia. Se tomamos por base o testemunho de suas pregações, ele veio do Sul do reino de Judá. O pano de fundo do livro de Naum é a destruição de Nínive pelos Babilônios e os Medos (612 a.C.), mas as opiniões dos pesquisadores divergem quanto à saber se as palavras contidas no livro foram pronunciadas antes, durante ou depois desse acontecimento. O livro de compõe de três capítulos e de quarenta e sete versículos. A designação “Oráculo sobre Nínive” do primeiro versículo é uma condenação profética típica e que diz respeito ao tipo das nações do mundo. Naum anuncia a uma cidade anônima (certamente Jerusalém) que o jugo “daquela que conspira contra o SENHOR” (a Assíria) vai acabar em breve. A honra de Jerusalém voltará, mas Nínive será destruída como punição de sua brutalidade e de suas intrigas. Naum sugere ainda que uma inundação (do Rio Tigre) contribuirá eficazmente para a queda de Nínive (Cf. 2,7-9). Segundo a tradição Judaica, a profecia de Naum seguiu àquela de Jonas pois, no tempo de Jonas, o povo de Nínive se arrependeu e a cidade foi salva.
Fontes consultadas: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 721. |
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Miqueias |
Glossários: Primeiro Testamento
Em hebraico: Micah Sexto dos Doze Profetas menores da Bíblia. A partir do reinado de Joatão, Acaz e de Ezequias (em torno de 745-700 a.C.), reis de Judá (Jr 26,18; Mq 1,1), que a Palavra de Deus lhe foi revelada. Crê-se a partir dessas duas referências bíblicas que Miqueias seja originalmente de Moreshet. Trata-se certamente de uma cidade chamada também Moreshet-Gath, cidade situada nos arredores de Gath. Como Amós, seu contemporâneo, Miqueias é originário de Judá, reino do Sul, mas ele estendeu também sua profecia no reino do Norte, Israel. Segundo o Talmud ( BB 14b), ele seria contemporâneo igualmente de Oseias e de Isaias. Ele é o primeiro a ter profetizado a destruição de Jerusalém, como punição das ofensas feitas a Deus, pelos habitantes da cidade. Graças às profecias de Miqueias, o rei Ezequias implora a Deus de tal forma que a cidade foi poupada. O versículo no qual Miqueias declara que Deus exige do ser humano nada mais do que: “Nada mais que respeitar o direito, amar a fidelidade e aplicar-te a caminhar com teu Deus” (Mq 6,8), é universalmente conhecido.
Miqueias era de tal forma investido das Palavras de Deus que ele consagra sua vida a transmitir a sua mensagem: “Eu, ao contrário – graças ao Espírito do SENHOR -, estou cheio de força, do senso do direito e de coragem, para revelar a Jacó sua rebeldia, e a Israel, seu pecado” (Mq 3,8). Fontes consultadas: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 667-668. |
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Maná |
Glossários: Primeiro Testamento
Alimento que Deus ofereceu milagrosamente aos Israelitas durante a sua peregrinação através do deserto (Ex 16,14-35). De acordo com Josué 5,12 os Israelitas dele comeram até a primeira Páscoa em Canaã (segundo Ex 16,35, eles deixaram de comer o Maná quando chegaram às fronteiras de Canaã). Esse alimento foi chamado "pão" e foi descrito como uma "substância fina" ou como "uma substância parecida ao grão de coentro, branco e com gosto de bolo de mel" (Ex 16,31). "O maná tinha a aparência do Bdélio (goma-resina aromática comum no Oriente Médio). O povo espalhava-se para recolhê-lo; e o moía em moinho ou o pisava num pilão; cozia-o em panelas e fazia bolos. O seu sabor era de bolo amassado com azeite. Quando, à noite, o orvalho caía sobre o acampamento, caía também o maná" (Nm 11,8). Quando caiu pela primeira vez Moisés mandou recolhê-lo na quantidade de um ômer (unidade de volume – um pouco mais de dois litros= 2,2) por pessoa em cada família. Não era preciso guardar para o dia seguinte. Quem infringiu essa ordem de Moisés percebeu que o que tinham guardado para o dia seguinte tinha um cheiro que provocava náuseas. Na véspera do Shabat, devia ser recolhida na sexta-feira uma dupla medida de modo a suprir as necessidades do dia seguinte. De fato o maná não caía em dia de Sábado (Ex 16,22-25). Moisés encarregou Aarão de encher um pote de maná e de colocá-lo diante do Eterno Deus no Santuário. Esse Maná foi destinado a permanecer aí eternamente. Segundo a Aggadah o Maná era uma das dez coisas criadas no entardecer da vigília do Shabat da Criação (Avot 5,6). Ele foi moído nos céus pelos anjos (TanB sobre Ex, 67), ou que o maná era constantemente preparado para o uso futuro dos justos (Hag 12b). Foi chamado de "o pão dos anjos", pois aqueles que dele comiam também se tornavam fortes como eles. Por outro lado, também como os anjos, eles não tinham necessidade de senti-lo, pois o maná se dissolvia integralmente no corpo (TanB sobre Ex, 67). E foi somente depois de pecar reclamando desse alimento é que os hebreus tiveram de fazer como o comum dos mortais (Yoma 75b). O Maná caía diretamente na frente dos justos, mas os outros deviam ir recolhê-lo, enquanto os pecadores deviam mesmo ir até mais longe para conseguirem recolhe-lo. Não era necessário cozinhá-lo, pois ele teria o sabor de qualquer gosto possível de se pensar. Era suficiente desejar um prato particular para que o maná dele adquirisse o seu paladar. (Yoma 75a). Para a criança, ele tinha o gosto do leite, para o adolescente aquele outro do pão, e para o ancião, o gosto do mel. Quanto ao enfermo, ele adquiria o sabor da cevada embebida em óleo e mel. A quantidade de maná recebida para cada família correspondia exatamente ao número de seus membros. Quando séculos mais tarde o profeta Jeremias convidou seus contemporâneos a mergulharem no estudo da Torah, ele tomou o prato que continha o maná guardado dentro do Templo para lhes lembrar de que Deus continuaria a lhes proporcionar a subsistência como Ele já o tinha feito antes (Mekhilta, Vayassa 6). Na iminência da destruição do Templo esse prato foi escondido juntamente com a Arca e o óleo santo. Quando ocorrer a era messiânica o profeta Elias trará esses objetos escondidos. No Primeiro Testamento: 14 ocorrências:Ex 16,15.31.33.35 (2x); Nm 11,6.7.9; Dt 8,3.16; Js 5,12 (2x); Sl 78,24; Ne 9,20 No Segundo Testamento: 4 ocorrências;(Jo 6,31.49; Hb 9,4; Ap 2,17)
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Malaquias |
Glossários: Primeiro Testamento
Em Hebraico – Malakhi. Além do mais, o livro de Malaquias não nos oferece indicação biográfica alguma que diga respeito ao seu autor. Alguns rabinos do Talmud identificaram o último dos profetas com Esdras e Neemias. Segundo o Talmud (Meg. 15a), Malaquias teria sido contemporâneo de Ageu e de Zacarias. Os três profetas receberam suas revelações no segundo ano do reinado de Dario, rei dos Persas. O Talmud acrescenta que a morte desses três profetas teria marcado o fim do profetismo. O livro de Malaquias compreende três capítulos e cinquenta e cinco versículos. Hoje em dia os especialistas concordam por datar a redação desse livro no período pós-exílico, aquele do Segundo Templo. Fundamentados nos dados oferecidos internamente no texto, eles chegaram até mesmo a situar o texto nos anos que imediatamente precederam as reformas realizadas por Esdras e Neemias. Esse livro se distingue pelo seu universalismo: “Sim, do nascer ao pôr do sol, meu Nome será grande entre as nações, em todo lugar será oferecido em meu Nome um sacrifício de incenso e uma oferta pura. Porque meu Nome é grande entre os povos! Disse o SENHOR dos exércitos” (Ml 1,11). É no livro de Malaquias que pela primeira vez, um papel escatológico é atribuído à figura de Elias (Ml 3,23). Considera-se que os últimos versículos do livro (3, 22-24) marquem não somente o final de Malaquias, mas também o ponto mais alto e a nota final de todos os livros proféticos da Bíblia. Como os livros de Ageu e de Zacarias, esse de Malaquias expressa a transformação sofrida pela profecia no período pós-exílico. Os temas recorrentes que nele são abordados o situam em outro lugar nitidamente num período onde o Templo já tinha sido reconstruído: “Não me agrada a oferenda de vossas mãos!” (1,10; 3,1; 3,10). A Judeia era então governada por um representante do Império Persa (1,8), o entusiasmo espiritual que tinha prevalecido numa época anterior morreu. As três acusações maiores do profeta se levantam contra a degeneração sofrida pelo sacerdócio (1,6 – 2,9), os casamentos mistos (2,11) e a negligência do pagamento do dízimo.
Fonte consultada: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme. Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 626 - 627. |
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Juízes - Livro dos |
Glossários: Primeiro Testamento
O segundo dos livros proféticos cujo título se refere aos juízes que regeram a Israel durante o período que vai da morte de Josué até o surgimento do profeta Samuel. A função principal dos juízes era a de assegurar a organização e execução militar da nação (ao menos a de um grupo de tribos), em tempos de guerra. É somente por causa de Debora, que se faz a uma alusão da função propriamente judiciária dos juízes. O título de juiz não é hereditário (com exceção no caso de Abimelec) e a função não estava restrita a tribo alguma como se fosse um monopólio. O Livro dos Juízes 1,1 – 2,5: Fim da conquista de Canaã. Fontes consultadas: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 548. |
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Josué |
Glossários: Primeiro Testamento
Primeiro livro da seção da Bíblia Hebraica chamada de Primeiros Profetas, o livro de Josué é o primeiro livro a seguir o Pentateuco, a Torah (os cinco primeiros livros da Bíblia). Nesse livro se conta como o sucessor designado por Moisés, Josué, conduz as doze tribos de Israel para a conquista da região de Canaã e sua instalação lá. O livro começa com a descrição dos preparativos da entrada em Canaã, narrando a travessia do Jordão, a conquista de Jericó e de Ai, a construção do altar em Siquém, a conquista das regiões ao Sul da Terra Prometida (de Betel a Hebron) e das regiões ao Norte (de Hatsor a Siquém). Nele se evoca também a partilha da terra, Transjordânia inclusive, entre as tribos. São descritas as fronteiras dos territórios de cada tribo, assim como as terras que foram conquistas pelos filhos de Israel. O livro evoca igualmente as cidades Refúgio e a dos levitas, a construção de um altar na Transjordânia pelas tribos de Ruben e de Gad e por parte da tribo de Manassés. Por fim o livro se conclui com a morte e os funerais de Josué. A conquista dura mais tempo do que sugere a narrativa bíblica e é provável que as narrativas de algumas batalhas posteriores foram atribuídas de modo retrospectivo a Josué. O verdadeiro herói da narrativa, da conquista é Deus, o Deus dos filhos de Israel que, ao longo de toda a narrativa, age como Mestre Todo Poderoso. Ele deseja eliminar todo o paganismo existente entre os Cananeus, a fim de evitar que os filhos de Israel fossem tentados de imitá-los. Muitos críticos acreditam que o livro de Josué tenha sido mesmo primitivamente redigido pouco tempo antes da destruição do Primeiro Templo, talvez até mais tarde. Contra essa hipótese, a opinião tradicional afirma que o livro possui em si mesmo uma unidade que seja bem provável ter sido redigido pouco tempo após os acontecimentos que ele descreve.
Fonte consultada: Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme. Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 526-527. |