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Termo Definição
Elias
Glossários: Primeiro Testamento

Em hebraico : Eliahu

Profeta que viveu sob o reino de Acab e de seu filho Ezequias; Sua vida está narrada em 1Rs 17 – 19,21 e 2Rs 1 – 2.

Elias luta para purificar a crença num único Deus e contra a hipocrisia religiosa e o culto de Baal que estava espalhado entre os filhos de Israel sob a influência de Jezabel, a mulher de Acab, vinda de Sidônia. O exemplo mais forte desse enfrentamento foi o encontro sobre o Monte Carmelo (1Rs 18,16s), onde os sacerdotes de Baal estavam reunidos. Elias se dirige ao povo: “Até quando mancareis sob seus dois pés? Se o Eterno é vosso Deus, então segui-O, se for Baal, então segui-o”. Os sacerdotes não conseguiram fazer descer fogo do céu para queimar a oferta do sacrifício que tinha sido colocado sobre o altar, enquanto após a oração de Elias o fogo desceu do céu e consumiu sua oferenda. O povo então exclamou: “É o Eterno que é Deus!”. Os sacerdotes de Baal foram presos e mortos perto do rio de Quison.

Elias entrou constantemente em conflito com Acab por questões morais, e especificamente porque Acab tinha provocado a morte de Nabot a fim de herdar a sua vinha. Acab, escutando a amarga profecia de Elias após o rei ter se apossado da vinha, rasga suas vestes e se veste de saco (1Rs 21).

Elias, de sua parte, procura enfraquecer o status real de Acab, mas por isso foi obrigado a fugir e se esconder de lugar em lugar. Diversos milagres lhe são atribuídos no decurso dessa movimentação do profeta.

Um episódio decisivo da vida de Elias foi o momento onde a Palavra de Deus lhe foi revelada na caverna do Monte Horeb, tradicionalmente identificado com o Monte Sinai. Lá Deus lhe ordena cumprir três ações: ungir Hazael como rei de Arâm, ungir Iehu, como rei de Israel e ungir Eliseu, filho de Shafat para ser seu sucessor como profeta (1Rs 19)

Com a profecia de Malaquias reencontramos o profeta novamente: “Eis que vou enviar-vos Elias, o profeta, antes que venha o dia do SENHOR, o grande e terrível dia. Ele reconduzirá o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais, a fim de eu não venha para ferir a terra com o interdito” (Ml 3,23.24).

O profeta Elias, por fim, é colocado novamente em destaque quando se coloca uma quinta taça de vinho sobre a mesa do Seder de Páscoa Judaica, que se chama “a taça de Elias”. Essa denominação tradicional se encontra a respeito da esperança de que Elias chegue e traga a Redenção na noite de Páscoa, onde se abre a porta que dá para a rua para que ele possa entrar.


Fontes consultadas:
Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 305-307.

Eliseu
Glossários: Primeiro Testamento

Em hebraico : Elicha

Profeta, discípulo dedicado e sucessor do profeta Elias. Após Elias ter recebido a ordem de consagrar Eliseu como profeta sobre o Monte Horeb, ele joga seu manto sobre ele (1Rs 19,19-21). Em seguida, Eliseu seguiu Elias e se ocupa dele até a sua assunção celeste.

Atribui-se a Eliseu um ciclo de milagres após a desaparição de Elias. Dividindo as águas do Rio Jordão com o manto abandonado por Elias, ele em seguida o atravessa a pé seco (2Rs 2,13). A vasilha de óleo de uma viúva que se enche milagrosamente (2Rs 4,1-7); uma Sunamita e um filho após anos de esterilidade (2Rs 4,14-17); uma criança aparentemente morta foi reconduzida à vida (2Rs 4,35); a lepra do capitão arameu Naaman foi curada (2Rs 5). O conjunto dos milagres realizados por Eliseu coloca em questão iluminadora a dimensão ética da sua sensibilidade (cf. também 2Rs 4,38-44; 6, 1-7).

Outro ciclo de histórias da quais Eliseu é o personagem principal narra sobre a sua atividade profética em relação a vários reis de Israel. Ele deu continuidade ao combate de Elias contra a casa de Acab e contra o culto de Baal. Ele ordena a um dos seus discípulos de ungir Jehú rei para que este procedesse à exterminação da casa de Jorão, o filho de Acab.


Fontes consultadas:
Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 308.

Ester
Glossários: Primeiro Testamento

Dicionário On Line - verbete - Ester ¹

Um dos “Cinco Rolos” (Megillot) que pertencem à seção dos Hagiógrafos (Escritos) na Bíblia Hebraica (na versão LXX – Setenta (grego) e na Vulgata (latim), o livro aparece no final dos livros históricos). Narra como Ester e seu tio Mardoqueu desfizeram os planos do primeiro ministro Amã, que queria destruir todos os Judeus do Reino de Assuero (Xerxes 1°, rei da Pérsia), cuja Ester era esposa. Este livro é praticamente único na Bíblia no sentido de que ele não menciona vez alguma o nome de Deus (outra exceção é o Livro do Cântico dos Cânticos). A narrativa alcança seu auge com o enforcamento de Amã e sua substituição por Mardoqueu. Os Judeus se vingam eles mesmos dos seus inimigos. Quando ocorreu o estabelecimento do cânone das Escrituras, a inclusão deste livre suscitou uma forte oposição.

O Livro de Ester é lido na Sinagoga durante a Festa de Purim, o dia da virada da situação mortal planejada (Est 1,1), no ofício da manhã e da tarde. As regras que dizem respeito à sua leitura litúrgica se encontram no Talmud, no tratado Megillah. Deve ser lido num rolo de pergaminho e reza-se uma oração particular antes da leitura. As mulheres devem igualmente ouvir a leitura pois “elas também foram salvas pelo milagre”.

Nenhuma outra fonte confirma esse acontecimento e a ciência histórica contradiz até alguns aspectos da narrativa tradicional. Os especialistas se dividem sobre seu valor histórico e alguns são da opinião de que este livro era mais uma obra de ficção ou continha alguns fatos históricos consideravelmente modificados a fim de transmitir um ensinamento teológico que afirmasse a Providência e que Deus é o Mestre de todos os acontecimentos terrestres. Essa obra foi particularmente popular entre os Judeus da Diáspora que viam neste livro bíblico um conforto espiritual na mensagem da queda final dos inimigos do povo Judeu. O rolo de Ester foi o tema favorito da arte popular judaica.


O Livro de Ester

1,1–1,22 – O Banquete de Assuero e a rejeição de Vasti
2,1–2,23 – Ester é escolhida como Rainha
3,1–4,17 – O decreto de Amã para destruir todos os Judeus
5,1–7,10 – No segundo Banquete, Ester revela ao Rei o plano de Amã:
ele e seus filhos são enforcados
8,1–10,4 – Mardoqueu é nomeado segunda pessoa depois do Rei. Os Judeus combatem os inimigos deles. É instaurada a Festa de Purim


¹ Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 331.

Ezequiel
Glossários: Primeiro Testamento

Em hebraico : Yehezqel
Terceiro dos principais profetas da seção dos Últimos Profetas da Bíblia Hebraica ao lado de Isaías e Jeremias. Após raras alusões a sua vida, espalhadas nas suas profecias, ele aparece como sendo filho de Bouzi, saído sem dúvida da família de sacerdotes de Sadoc. Em 598 a.C. ele integra o grupo dos exilados para a Babilônia que Nabucodonossor enviou junto com o rei Joaquim e a aristocracia do Reino de Judá. Ele se instalou em Tel-Aviv ou na região, numa colônia judaica perto do canal de Kebar, lugar onde teve a visão da Carruagem de Fogo Divino. A atividade profética de Ezequiel começou no quinto ano do exílio de Joaquim e dura vinte e dois anos (a última data indicada no seu livro é 571 a.C.). A tradição judaica quis que Ezequiel fosse enterrado na Babilônia, onde sua tumba seria então localizada entre o rio Eufrates e o canal Kebar.


Fontes consultadas:
Dictionnaire Encyclopédique du Judaïsme – Paris: Bouquins Cerf/Robert Laffont, 1996, p. 355.